quarta-feira, janeiro 28, 2015

Pedalar se tornou o Verbo da Vez

Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do Itaú Unibanco, publica artigo hoje no jornal Brasil Econômico:


O poder da bicicleta na sociedade
Luciana Nicola

Brasil tem atualmente uma frota de cerca de 70 milhões de bicicletas, segundo dados da Associação Nacional de Transportes Públicos. Ou seja, há aproximadamente uma bike para cada três pessoas. É a quinta maior frota do mundo e há muito espaço para crescer.
Muito mais que um simples item de lazer, a bicicleta é um meio de transporte bastante eficiente para deslocamentos de até 7 km. Exemplo disso são os resultados dos desafios intermodais promovidos todos os anos por diversos países dentro da agenda de conscientização sobre segurança no trânsito e alternativas para melhorar a mobilidade urbana. Quase sempre a bicicleta se mostra a mais rápida para deslocamento nos horários de pico. Foi assim no desafio intermodal de São Paulo este ano.
O uso das bicicletas como modal de transporte já é uma realidade, no Brasil e no exterior. Mais de 50 países no mundo já investem em sistemas de compartilhamento de bikes. No Brasil, há cerca de 15 cidades com sistemas de bike sharing, com destaque para o Bike Rio, no Rio de Janeiro, e o Bike Sampa, em São Paulo, lançados, respectivamente, em 2011 e 2012. Somente nestas duas capitais há mais de 500 mil pessoas cadastradas na sistema, sendo que quase 4,5 milhões de viagens já foram feitas.
O projeto de compartilhamento também está presente nas cidades de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE), Olinda (PE) e Jaboatão dos Guararapes (PE), com o mesmo formato de projeto. Atualmente, 63% das viagens são realizadas durante a semana, com duração média de 30 minutos e grande concentração nos horários de pico da manhã (7h às 10h) e da tarde (17h às 20h). A retirada e a devolução ocorrem, majoritariamente, em estações diferentes, evidenciando o uso para deslocamento.
Vale destacar que a intermodalidade é marcante entre os usuários de nosso sistema de compartilhamento de bikes. 83% dos usuários do Bike PE, por exemplo, utilizam ônibus, além das laranjinhas. A integração com outros modais de transporte é fundamental para que as bicicletas atinjam todo o seu potencial, por isso o planejamento de qualquer rede de bicicletas públicas deve levar em consideração a infraestrutura de transporte existente na cidade.
Outro ponto que merece destaque é o papel das bicicletas públicas como uma importante porta de entrada do ciclismo urbano. Em São Paulo, por exemplo, 63% dos usuários do Bike Sampa começaram a pedalar depois do lançamento do projeto. Em Porto Alegre, são 53%. E a tendência é que essas pessoas adquiram as próprias bikes no médio prazo, criando novos desafios para as cidades. Com isso, cresce a necessidade de investimento em infraestrutura, instalação de estacionamentos de bicicleta, sinalização de rotas, onde temos intensificado nossa atuação.
Acreditamos que os esforços conjuntos entre governos, empresas e instituições são cruciais para potencializar as transformações positivas que a bicicleta pode trazer para a sociedade. É por isso que adotamos esta bandeira, com a ambição de influenciar a forma como as pessoas se locomovem e estimular esse processo de mudança cultural. Todos ganham com este modelo alternativo de mobilidade, que traz importantes ganhos de qualidade de vida para a população e redução da emissão de poluentes nas cidades.
Pedalar tornou-se o verbo da vez!
Luciana Nicola ê superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do Itaú Unibanco


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