quinta-feira, agosto 02, 2007

Polícia participativa

Capacitar dois mil policiais e guardas municipais para que se relacionem melhor com a comunidade. Mobilizar 150 líderes comunitários para que atuem na gestão da política de segurança. Envolvendo tanto policiais como moradores, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a Secretaria de Segurança do estado e Instituto de Segurança Pública (ISP) pretendem implantar na prática o conceito de polícia comunitária.

Para chegar a esse objetivo, os secretários nacional e estadual de Segurança, Luiz Fernando Corrêa e José Mariano Beltrame, além da presidente do ISP, Ana Paula Miranda, lançaram ontem dois cursos, financiados pela Senasp, em convênio com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O Promotor de Polícia Comunitária, voltado para policiais e guardas municipais, representa um investimento de R$ 565 mil; e o Capacitação para Lideranças Comunitárias, R$ 65 mil.

— Mais importante do que o aparato pós-Pan, que vai continuar na cidade, o investimento nas pessoas, fruto de dois anos de aproximação da Senasp com a comunidade, é o grande legado. Fazer o policial se sentir parte da comunidade não dá a mesma visibilidade do que o aparato repressivo, mas tem o poder de transformar ou minimizar os danos das operações — disse Luiz Fernando.

A iniciativa, segundo ele, motiva um outro objetivo da Senasp: acabar com as intervenções federais no Rio.

— Temos que ter um espírito de cooperação e fortalecimento dos atores sociais locais e das autoridade de segurança. O Rio não pode ficar na expectativa de quando vem, quando vão sair; esperando salvadores da pátria e temendo a saída deles — afirmou Luiz Fernando.

De acordo com Beltrame, as instituições policiais carregam, historicamente, a pecha do uso da violência e da força. Estas ações de aproximação comunitária ajudam a quebrar esse paradigma.

— É fundamental aproximar o Estado, através das instituições policiais, do seu maior cliente, que é a sociedade. É indiscutível a importância de diálogo entre aquele que executa o serviço público e quem o recebe. Tenho certeza de que são esses pequenos atos que vão causar as grandes mudanças — disse Beltrame.

Para o ISP, o curso de lideranças comunitárias, que será realizado no Rio e em outros oito municípios, pode ampliar o número de Conselhos Comunitários de Segurança no estado. Hoje, funcionam 51.

— Os conselhos são reuniões de trabalho. Neles, as pessoas passam a entender que, melhor do que pedir um policial na porta de sua casa, ele poderá ser mais útil numa posição mais estratégica, trazendo benefícios para toda a comunidade — afirmou Ana

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