- Pensei em dizer "tenho que voltar ao escritório".
Pente de osso da década de 20 e lá vem ela, a tesoura, afiada como a mais afiada das lâminas, reluzindo a luz do salão retrô, na direção, ou quase, da nuca, num ziguezague inquestionável. E o ritual repetiu-se por nervosos 30 minutos. Ele ainda deu um retoque que Van Gogh invejaria ao lado da orelha. Exatos 40 minutos depois, penteou prum lado... desarrumou pro outro. Wagner viu num espelho dos anos 30, emoldurado, a perfeição do corte na base.
- Agora compartilho com os amigos. Foi um adeus de alguém que vence qualquer doença, vence o preconceito, luta para manter a força de viver - e vive. Um adeus que mostra que não há barreiras para a vontade humana de fazer o bem, bem feito. Na verdade, a caridade quem fez foi ele. Hoje, foi o melhor corte de cabelo da minha vida.
Recebi o texto hoje de Wagner de Assis por email, com livres adaptações minhas para o blog.
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