Dupla articulação. A dupla articulação da linguagem.
A dupla articulação da linguagem é um dos dois dois princípios básicos da gramática para os funcionalistas (além da pertinência comunicativa). De acordo com este conceito, qualquer enunciado lingüístico pode ser dividido em unidades significativas mínimas, que são os monemas. Essa é a primeira articulação. Tais unidades, por sua vez, segundo André Martinet (1978, p. 11), constam de uma forma vocal (significante) e de um sentido (significado). O sentido dificilmente pode ser analisado em unidades menores. A forma vocal ou significante, no entanto, consta de unidades distintivas mínimas, que são os fonemas. Essa é a segunda articulação.
Surgem, então, as unidades lingüísticas essenciais para os funcionlistas: os monemas, cuja função é significar, e os fonemas, cuja função é distingüir. Os monemas fazem parte da primeira articulação e os fonemas, da segunda.
O princípio da pertinência baseia-se na afirmação de André Martinet de que toda descrição de um objeto deve apoiar-se em um ponto de vista.
“Qualquer descrição supõe uma seleção: por muito simples que à primeira vista pareça, qualquer objeto é susceptível de se revelar infinitamente complexo. Ora, a descrição é necessariamente finita, o que significa que só poderão apresentar-se alguns traços do objeto a descrever, traços que têm largas possibilidades de não ser os mesmos em duas descrições de duas pessoas.”(Martinet, 1978, p. 30).
Os traços pertinentes, em lingüística, são aqueles que contribuem para o sucesso da comunicação e, os não pertinentes são aqueles que não contribuem.