Hoje de manhã, às 9h, mais um carro foi roubado na Zona Norte. Eu não vi. Quando cheguei ao sinal fechado na Rua Barão de Bom Retiro, aberto para a Visconde de Santa Isabel, o dono, nervoso, falava ao celular. Ao seu lado, uma mulher e uma criança, de prováveis nove anos. Nisso, o motorista de um gol, que deve ter visto a cena, ofereceu carona. Até aí, essa era mais uma triste cena carioca. Mas o garoto, num tom de voz indescritível, disse, duas vezes, a mesma palavra:
- Obrigado! Obrigado!
Caramba! Depois do susto de ver o carro de seus pais roubado por bandidos armados (não vi a cena, mas ela se repete tantas vezes que todos nós podemos supor que foi assim, além de imaginar em vivas cores o que aconteceu), o menino estava na calçada, local do crime, exposto, sem saída. Alguém oferecendo carona, provavelmente significava para ele recolocação de sua família dentro da proteção de um carro, que os tiraria dali. Aquela manhã, como tantas outras, onde ele talvez estivesse sendo levado pelos pais ao colégio, foi interrompida pela violência da cidade.
Fiquei realmente impressionado. O obrigado do menino na minha cabeça.
Além do assalto do carro, essa criança provavelmente foi assaltada pela dura realidade. Será que devemos preparar nossos filhos para isso? Será que a educação de crianças no Rio deve incluir ensinamentos sobre crimes e bandidos para que elas não sejam assaltadas duas vezes?
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