segunda-feira, agosto 14, 2006

Entre o assalto e a polícia

O primeiro susto: ser assaltado na Linha Vermelha por dois homens armados com fuzis. Um deles parece ter 15 anos, parece estar drogado.

O segundo assalto: quando encontra a polícia, em vez de socorro, no lugar da resposta ao crime, o policial se diz oprimido pelos bandidos, pela falta de condições de trabalho e pelos baixos salários.

De um lado o crime, cada vez mais próximo e violento. Do outro o estado, cada vez mais distante e ineficiente. O relato e o desabafo é do empresário (dono da Totem), surfista e jornalista Fred d'Orey:


Queridos amigos e amigas,

Ontem a noite (sábado) meu carro foi interceptado na linha vermelha por um outro veículo com dois caras armados com fuzis. Sem resistir, enquanto os motoristas atrás de mim davam ré, apavorados, entreguei o carro com tudo dentro- pranchas de surf no rack, bagagem, $, câmeras, documentos e muitos etcs.

É que eu acabava de chegar de uma viagem de duas semanas na Libéria, África.Vinha doGaleão. 8:30 da noite. O moleque não tinha mais do que 15 anos e parecia ligado, tremendo. Minha vida podia ter terminado ali. Muitas terminam, a gente lê isso todo dia nos jornais e acha que nunca vai acontecer conosco. Só que o cerco tá se fechando.

Qdo cheguei na patrulha, na verdade um gol caindo aos pedaços, estacionada a uns 300 metros do incidente, os dois policiais foram da maior educação. E educadamente me explicaram que viram o carro descendo o viaduto mas que não poderiam sair do local.Disseram que não passam de fantoches (foi essa a palavra que usaram).Explicaramque osequipamentos não funcionam. E que suas armas são infinitamente inferiores as dos bandidos. Enquanto esperava uma patrulha que deveria me levar até a delegacia pra dar queixa, e que nunca chegou, ouvi pelo rádio o anúncio de mais 3 outros roubos de carros na mesma linha vermelha. Os dois acabaram confessando que são mais de 80 veículos roubados todos os dias naquela área.80,todos osdias.

Não tenho raiva daquele adolescente. Nem fico indignado com os policiais. Ambos são vítimas dessa grande tragédia chamada Brasil. Um país rico e que poderia ser tudo, mas que caminha a passos largos pro abismo. Tenho é muito nojo desses políticos safados que a décadas saqueiam o meu Brasil. Que roubam merenda, que roubam ambulância, que roubam sangue, que roubam educação, que roubam saúde, e que roubam segurança. Esses caras estão acabando com o Brasil. Canalhas!

E nós, que trabalhamos e produzimos riqueza e pagamos impostos, estamos condenados a sustentar esses cretinos nas suas contínuas e ridículas reeleições para que continuem a nos roubar ainda mais. Como fazer pra acabar com esse ciclo vicioso de destruição de uma nação? Eu não sei, só sei que tem que acabar.

O Brasil não precisa de fome zero, essa campanha populista de um presidente ignorante e mau intencionado como Lula. O Brasil precisa é de CORRUPÇÃO ZERO. Essa é a única saída.Se os americanos tinham na guerra do Vietnã algo porque lutar, os brasileiros têm a luta contra a corrupção. Nós brasileiros tínhamos que deixar de ser frouxos e partir pra cima desses canalhas ladrões- todos eles, do município, do estado, de Brasília - e exigir que trabalhem, que sejam competentes e transparentes. A sociedade tinha que se unir.Osempresários tinham que se unir. E se não funcionar a pressão, iniciar uma outra campanha, IMPOSTOS ZERO. Chega de pagar suados tributos pro dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência. E pra pagar salário de funcionário público incompetente e parasita.

Mas eu não sei como organizar nada disso. Enquanto batalho 12 horas por dia pra pagar as contas e fazer meu negócio crescer honestamente, esses vermes montam esquemas pra me roubar sem parar. Eles são um câncer. O cerco está se fechando. Tenho medo do que vem por aí. Vcs não?

Fred

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